quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Post-it



(Recado deixado por mim no blog do meu amigo Denuxo e que eu percebi gritar verdades minhas que por muito tempo mal pude ouvir).

Eu que 'grito' diuturnamente, aqui dentro tô mais para 'A Solitária', que afinal, se não catártica, ao menos poética. Pesquei em teu texto algumas mensagens criptografadas (espero decodificá-las -se não em seu todo, ao menos em parte)e em ocasião futura 'regurgitar' sobre elas. Contudo não me furto a dizer que, se somos apenas mais um coadjuvante na imensa multidão que compõe nossa própria história, que ao menos possamos (descumprindo às ordens do diretor desse filme trash) olhar para a câmera e dar um risinho de soslaio quando esta, incidentalmente, nos focar.

A vida é um drama shakespeareano inacabado. Perdemos tempo tentando dar o melhor de nós, o mais ético, o mais moralmente aceitável, a fim de criar um enredo que sirva de molde às próximas gerações, enquanto a platéia se dispersa, boceja e urge pelo fim do espetáculo. Não há fórmulas, esquemas, macetes. Nem há 'o melhor'. Há diferentes cenários, atores distintos, mas o enredo, com raras exceções, quase sempre se repete. Queremos crer que construímos nossa história, Contudo, tantas vezes somos desconstruídos por ela, senão tragados.

Se nossa história de vida se assemelha a mais uma refilmagem barata de um clássico 'Cukorniano', que ao menos sejamos maximamente intensos, inclusive nas dores. Farte-mo-nos de vida. Afinal, nada mais sub-humano que a superficialidade...

3 comentários:

De Marchi ॐ disse...

Eu lembro desse texto e, se não me engano, você postou como anônima. Mas não dá pra ser anônima sendo Teyla, e eu soube.
Abra mais, você é menos vulnerável quando abdica a armadura.

Anônimo disse...

E quem de nós não nutre uma armadura, caro amigo Denuxo???
Seja mascarada de intolerância, bom-senso efusividade, distanciamento, de antipatia, empatia,de bom humor ou de rabugice contínua.
Somos todos eternos personagens mascarados atuando no grande palco da vida.
Concorda?

Karin disse...

Se não podemos nos despir da nossa persona, podemos ao menos modificá-la de maneira a ela nos apertar menos, machucar menos, ser mais flexível aos nossos movimentos e necessidades. E isso é natural, pois à medida que crescemos aquela casca antiga e constritora não nos serve mais. O importante não é viver sem uma carapaça, é viver com a que mais se adequa à nossa essência.

Mas concordo em sermos mais intensos, inclusive nas dores. Sem masoquismos desnecessários, simplesmente sentir a dor quando a dor deve ser sentida. E depois superá-la, deixá-la ir. Faz parte do crescimento. Esse é um movimento muito mais eficiente do que a eterna fuga morna de evitar a dor a qualquer custo. Não podemos viver no extremo da alegria eufórica o tempo todo, assim como não queremos o sofrimento depressivo. Não seria saudável e perderíamos parte do espectro de cores da vida, mas creio que podemos e devemos visitar as diferentes nuances dos altos e baixos de tempos em tempos.